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segunda-feira, 13 de julho de 2015

Férias being férias

As férias chegaram - há quase duas semanas - e eu podia jurar que teria mais tempo. Mas a verdade é que você cresce, assume responsabilidades e, a não ser que concilie férias da faculdade com as do trabalho, boa parte do seu 'tempo extra', esse milagrezinho da multiplicação que acontece entre junho e julho, será consumido no trânsito.

Eu dei sorte de trabalhar a menos de quinze minutos de distância da faculdade - fazendo o trajeto a pé. Isso me dá certas mordomias porque consigo fazer várias coisas decentemente, como ler, ir para a biblioteca estudar, comer, relaxar e até mesmo andar calmamente. No entanto, o que eu encarei como sorte durante o primeiro semestre do ano se revelou um verdadeiro sarcasmo. A vida resolveu tirar um sarro básico da minha cara.

Isso porque eu nunca tinha parado para pensar que essa rotina semanal - a qual eu julgava desgastante - me poupava do trânsito infernal do horário de pico. E, embora eu tenha um amigo que diga que não tem mais essa de horário de pico, que horário de pico é toda hora - e eu até concorde com ele às vezes - eu vejo que o mundo, pelo menos no trajeto que vai do trabalho até minha casa, é travado. E é travado sempre nesse mesmo horário.

Essa constatação da realidade acaba por me fazer desejar voltar à rotina corrida das aulas - tudo isso enquanto estou dentro do ônibus, parada e olhando pra aquele cantinho que a gente costuma olhar quando está pensando-quase-refletindo. Mas, para me acalmar, eu tento pensar que tudo vai melhorar quando eu chegar em casa, quase duas horas depois de ter saído do trabalho. Mas aí a noção do tempo perdido faz minha mente se perder em cálculos, embora eu seja de humanas. E esses cálculos dividem meu tempo gasto no trânsito em frações de tempo de 15 minutos onde eu tento chegar a um número exato de minutos que eu jamais vou recuperar, minutos que eu poderia ter aproveitado indo para a biblioteca estudar, comendo, relaxando e até mesmo andando calmamente.

Mas aí, como um lampejo de luz eu lembro que posso ler. Saco meu livro da bolsa e, depois de perder minutos fazendo malabarismo no ônibus lotado, lembro da pior maneira que horário de pico é igual a muita gente querendo chegar em casa, sendo que grande parte delas quer chegar em casa de ônibus. E então, quando eu constato que não me resta espaço suficiente para virar uma página do livro com decência, eu me rendo e torço para que as férias acabem logo. Infelizmente esse minuto de desesperança não coincide com a chegada no ponto em que eu desço. Fazer o quê, né?

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