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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Diário de Classe - A verdade


OBS: Livro lido e resenhado para o Desafio Literário Skoob 2015, na categoria "O último livro que comprei.

Etapa: 1 de 12

Fui à uma livraria no Centro de São Paulo que estava com promoções para diversos livros. Na busca desenfreada por Inferno e Mentirosos, eis que o livreiro solta: "Não temos nenhum lançamento, nem adianta procurar". Olhei para o lado e encontrei uma pilha com uns 7 exemplares do "Diário de Classe", livro lançado no final de 2014...

Há uns tempos eu andava de olho nos alertas e denúncias que a Isadora fazia em sua fanpage sobre sua escola pública. Essa fanpage ganhou visibilidade mundial, conseguindo assim dar o impulso para criação de sua ONG, com projetos que incentivam uma educação pública de qualidade, e acabou resultando nesse livro fantástico.

No livro, a Isadora narra a trajetória do Diário de Classe desde o início, quando ele era uma voz gritando sozinha, e intercala com sua vida pessoal e como ela foi afetada a partir do momento em que ele, uma garota de apenas 13 anos na época, ousou fazer o que ninguém teve coragem de fazer. Sua atuação é conhecida como "ativismo cibernético". Poucos acreditaram que o "ativismo de sofá" (como muitos chamam) pudesse ter algum resultado de fato.

No entanto, com a ajuda do facebook, a menina que se inspirou na escocesa Martha Payne, obteve resultados que muitos duvidaram e até desencorajaram: melhorias reais na estrutura de sua escola.

Isadora é daquelas que não têm medo de cutucar a ferida. Aliás, como ela bem argumenta, a escola pública não é de graça, pois todos pagam com seus impostos. Quando pensamos que o Brasil é o país com os impostos mais altos do mundo, nada justo - e lógico - do que cobrar excelência dos serviços públicos que são prestados, certo?

Por isso, chega a parecer irônico que alguém poderia se opor a essa iniciativa. Mas isso aconteceu e foi dentro da própria escola dela. Acostumados a mamar nas tetas do ineficiente sistema burocrático de ensino público, os funcionários da escola (professores, substitutos, merendeiras etc) não gostaram da atitude de Isadora. 

Isadora merece nota 10 e este livro que merece 5 estrelas, pois não foi escrito apenas para contar uma história com um final legal em belas palavras. É um livro de teor crítico, que dá uma lição de cidadania e iniciativa. Saber que temos brasileiros dispostos a mudar o status quo é retificar a importância de dar o suporte que eles precisam desde cedo, através de um ensino de qualidade e excelência.

Abaixo estão dois links para você conhecer mais do que a Isadora está fazendo pela educação pública brasileira.

Site da ONG Isadora Faber | Link da Fanpage

Autora: Isadora Faber
Editora: Gutemberg
IBSN: 9788582351055
Páginas: 272
Edição: 
Ano: 2014

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

TAG: Dias da Semana em Livros

Encontrei essa TAG no blog Cafeína Literária. Pelo que li, ela foi criada pelo Garota It e consiste em escolher um livro de acordo com a descrição de cada dia da semana.  Achei bastante divertida e resolvi trazer aqui para o blog.

Como não tinha nenhuma ilustração para a TAG (não que eu tenha encontrado na minha busca), desenvolvi essa arte básica para "não deixar em branco". Vamos a ela, então.

Não consigo ficar em um só livro nessa opção. Dois livros são os que eu nunca queria que terminassem; ambos li na época em que estudava na Unifesp: um eu li porque é um clássico e o outro li por indicação de uma professora. 
O primeiro é Cem anos de solidão, do García Márquez. A história dos Buendía é tão envolvente que eu gostaria que fosse um livro para ler durante toda a vida.

O segundo livro é o Quarup, do Antônio Callado. Um livro extremamente enriquecedor e que me fez pensar a história do país mais criticamente e entender as nuances do regime ditatorial no nosso país em esferas que eu nunca havia imaginado.

Napoleão, de Stendhal, é este livro que estou com preguiça de começar. Não sei o motivo ao certo, mas só sei que toda vez que olho para minha estante e vejo esse livro me dá uma vontade de procrastinar, rsrsrs... De tirar a meta de leitura de 2015 e deixar em aberto. Já li resenhas ótimas sobre o livro e, por isso, minha teoria está na capa. Talvez ela não me inspire muito.

As Principais Teorias do Cinema é o livro. Não me importo de lembrar o nome do autor e, inclusive, não coloquei em nenhuma lista de leitura (eu tenho o hábito de montar listas de livros lidos desde meus 11 anos). É como se fosse um livro fantasma para mim. Quem sabe, estudantes de cinema tenham a agradecer a esse livro? Eu não tenho. Passei minhas férias escolares "terminando" essa leitura a qual eu mesma me obriguei.
Já ouviu a máxima: "Uma pessoa que não gosta de ler diz isso porque ainda não encontrou o livro certo"? Digamos que se esse for a primeira experiência de leitura de alguém, a pessoa irá correr de tudo que em forma de livro. Totalmente didático e com uma linguagem técnica reservada ao pessoa da área.

A história sem fim, do Michael Ende, foi um livro que não consegui terminar. Desde os idos 2008 até hoje. E essa interrupção da leitura se deve a um pequeno detalhe: prazo de devolução. Renovei três vezes (quantidade máxima da biblioteca), não consegui terminar, nunca mais peguei pra ler.
Uma leitura muita boa que tive que interromper, mas que vou retomar. Quando? Não sei, mas vou.

Essa merece uma historinha. Vamos a ela. 

Em algumas estações de metrô de São Paulo têm máquinas que trazem a inscrição "Pague quanto acha que vale". São máquinas que aceitam apenas notas e dão a possibilidade de se pagar de R$ 2,00 a R$ 100,00 por livro. Já comprei vários nesse estilo, inclusive clássicos da literatura universal. E qual nota eu sempre coloco? A de R$ 2,00... Claro. 

Acontece que a vida me pregou uma peça. Das feias. Um dia na correria eu passei por uma dessas máquinas e vi umas burcas estendidas na imagem da capa. (Minha mente capta tudo sobre mulheres muçulmanas). Não tinha notas trocadas, só uma de R$ 20,00. O que eu fiz? Comprei. Assim começou minha história com As andorinhas de Cabul.
Acontece que o enredo é muito manjado. Achei os personagens clichês demais e me desmotivei poque, antes da metade do livro, já tinha sacado como a história se orquestrava. Me senti lendo literatura infanto-juvenil daquelas mamão-com-açúcar.

Por fim, passei o exemplar para uma amiga, mas dei minha opinião "sincera". Não é um livro que eu recomendo. Não desmerecendo o autor nem a obra, mas para mim não é um bom livro.

Laranja Mecânica, de Anthony Burgess, é o livro. Ainda não comprei, mas estou a apenas um passo de fazê-lo. O empecilho é que a cada fim de semana livre que tenho, acontece algum pepino para resolver.
Conheci esse livro através da análise da música Alucinação, do Belchior. O trecho "Longe o profeta do terror / Que a laranja mecânica anuncia / Amar e mudar as coisas / Me interessa mais". Eu tentei entender e fui pesquisar o que era a tal laranja mecânica (??). Acabei achando que era uma referência ao filme e, consequentemente, descobri o livro.

Me lembro até hoje quando terminei de ler Anos Rebeldes, de Gilberto Braga. Terminei a leitura achando que tudo era real e fui reler a contracapa pensando que tinha deixado passar alguma referência. E tinha mesmo. Não havia lido com atenção que o autor fazia um casamento perfeito entre ficção e realidade, ou algo assim.
Quando eu li "ficção" não acreditei. Era tão real, tão real mesmo para mim que eu quis recomeçar a ler para entender as passagens com outros olhos.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Balanço dos 21


Não quero mais dois
Um é suficiente e já me basta
Depois que deixei pra depois
Toda rima ficou gasta

O tempo passa e não volta mais
Única certeza da vida
E nos guia, feito animais,
Para a porta da saída

O espetáculo, antes aplaudido,
se encurta e o show acaba.
Resta a angústia do desiludido.

O chão sob seus pés desaba
E o tempo, que é o vil bandido,
Te vê sair pela porta e se gaba.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

A Lista Negra


OBS: Livro lido e resenhado para o Reading Challenge 2015, referente a categoria Um livro ambientado no Ensino Médio.


Etapa: 1 de 52

Resolvi incluir esse livro na minha lista de leituras depois de ler e assistir a resenha da Pâm Gonçalves, do Garota It. Ela falou tão bem e recomendou o livro com tanta certeza que eu pensei "Tenho que ler esse livro. Urgentemente". No outro dia, eu já estava com o meu exemplar. Encaixei o título nas minhas metas de leitura para 2015 e deixo agora a resenha para vocês. 

Não há spoiler na resenha. Todas as informações abaixo não comprometem a leitura e estão presentes na sinopse oficial.

Esse é o primeiro livro da escritora norte-americana, Jennifer Brown, que foi traduzido para o português por Claudio Blanc. Tratando não somente do bullying praticado pelos adolescentes, mas também de suas consequências, o livro  é narrado em primeira pessoa pela personagem Valerie Leftman. Estudante do ensino médio, vê sua vida revirada após seu namorado disparar contra pessoas na escola onde os dois estudavam.

O estopim desse ato extremo por parte de Nick, o namorado de Valerie, seria uma lista alimentada por ambos com nomes de pessoas e coisas que eles gostariam que não existissem, a tal "Lista Negra". Valerie a usava como um 'refúgio', já Nick a via de uma maneira diferente, mais séria, e a usou para escolher suas vítimas.

A narrativa é bem elaborada. Misturando notícias locais aos acontecimentos e resgatando flashbacks, a autora nos leva ao dilema moral de Valerie: ela é culpada ou não? Ter impedido que Nick atirasse na garota que mais praticava bullying contra ela  e, assim, parar o tiroteio, faz dela uma heroína? Ou uma traidora?

Esse livro busca refletir sobre os pontos extremos aos quais uma pessoa que sofre bullying pode chegar. Ela é culpada ao ser extrema? O que ela passou antes e que a levou a tal atitude a redimi de tantas mortes? Essas são questões levantadas durante a leitura e cabe a cada leitor responder. Após a leitura, não acredito que haja "certo" e "errado". Todas as atitudes do livro se justificam de acordo com as experiências dos personagens, o cotidiano de cada um, suas forças e fraquezas.

Não é um livro ruim e também não é extraordinário. Seu diferencial está em mostrar a questão do bullying sobre um outro prisma. A leitura é tranquila e confesso que criei expectativas demais após a resenha do Garota It. Por ser um livro contado sobre a perspectiva de alguém bem próximo do atirador (no caso, a Valerie era namorada do Nick), pequei ao fazer um paralelo entre "A Lista Negra" e "Precisamos falar sobre o Kevin", pois em questão de estilo, enredo, construção da narrativa e sagacidade, fico com este último.

Autora: Jennifer Brown
Editora: Gutemberg
IBSN: 9788565383110
Páginas: 272
Edição: 
Ano: 2012 

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Dan Brown



Dan Brown é um escritor norte-americano que alcançou fama mundial após publicar O Código Da Vinci, seu quarto livro. Ganhou os leitores com seu estilo estilístico e seus livros anteriores começaram a ser mais procurados.

O estilo do Autor

Sua escrita faz uso do suspense e envolve mistérios que precisam ser desvendados. A narrativa é empolgante e bastante detalhada, mas sem ser cansativa. Dá para imaginar que, por exemplo, O Código da Vinci (livro com  mais de 400 páginas) relata acontecimentos de menos de 1 dia? 

Pois é, Dan Brown sabe como prender o leitor na narrativa. Usando flashbacks, explicações e descrições de itens que são importantes, seja para situar o leitor ou para conduzir os acontecimentos da narrativa, acaba alavancando o conhecimento cultural e histórico de quem lê.

Baseando-se em artefatos reais (como obras de arte, livros, pinturas, autores, simbologismo, arquitetura etc), o estreitamento entre ficção e não ficção fica tão evidente ao ponto de parecer que, de fato, tudo é muito real.

Dan Brown sabe direcionar o leitor e instigá-lo com o subliminar, criando personagens sagazes, inteligentes e dispostos a compartilhar seus conhecimentos com os leitores.

Obras publicadas e Inspirações para o enredo


E você, o que acha do autor?

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Dia do Leitor



Dias especiais existem por uma razão: para homenagear. É essa a intenção ao se separar um dia em prol de um gênero, faixa etária ou acontecimento. Homenagear é recordar a importância social, histórica, política e, assim, garantir que as próximas gerações aprendam e perpetuem essa homenagem por muitos e muitos anos.

O que é a leitura?

A leitura é um diálogo estabelecido por três partes: quem lê (nós, leitores), quem cria a narrativa (escritores/autores) e a narração em si (o livro).

A origem desse dia 

O Dia do Leitor (e também das Leitoras) é comemorado em 07 de janeiro em homenagem à data de aniversário do jornal cearense "O Povo", fundado por Demócrito Rocha, poeta e jornalista brasileiro.

A homenagem

Encontrei um poema lindo da Clarice Pacheco que eu não conhecia. Ele fala do ato de ler e é tão apaixonante que quero compartilhar com vocês:


Feliz Dia do(a) Leitor(a) e que 2015 reserve boas leituras para todos nós!


sábado, 3 de janeiro de 2015

As mulheres do Nazismo


A história contada e ensinada não narra os fatos em si, sendo apenas uma das versões do ocorrido: a versão do vencedor. Durante anos saímos de um oposto e caímos em outro. Ao estudar o Nazismo e o Holocausto, odiamos os alemães. Quando porém lemos sobre as violações ocorridas em Berlim após a ocupação dos aliados e temos  acesso a relatos como "Anonyma: uma mulher em Berlim" ou "Warun war ich bloss ein Mädchen?" (Por que eu tinha que ser uma garota), a história é outra.

Julgamos as mulheres alemãs da Segunda Gerra como um mártir de seu tempo: a elas restou o fardo de reconstruir as cidades bombardeadas (mulheres-escombro) e, ainda por cima, sofreram com as violações em massa do exército russo. A falta de aprofundamento no assunto nos deixa com uma figura caricata da mulher alemã no pós guerra.

No entanto, esse esteriótipo de uma mulher vitimizada é desfeito por Wendy Lower em seu livro "As mulheres do Nazismo". A autora, que é Consultora de História do Museu do Holocausto dos Estados Unidos, estuda há anos o assunto e já publicou livros e inúmeros artigos sobre o genocídio judaico.

Resgatando a história das alemãs que, sob o governo de Hitler, atuaram como perpetradoras do Holocausto, Lower revela a real atuação das mulheres, seja na geração de filhos arianos ou até mesmo na adesão da propaganda hitlerista que as chamava para cumprir a missão "civilizadora" no Leste. Professoras, secretárias, enfermeiras e até mesmo esposas de oficiais são usadas como exemplo para que o leitor tenha noção da real atuação das mulheres e de sua contribuição, direta ou indireta, para a morte de milhões de judeus.

Vislumbrando no regime nazista a oportunidade de fazer carreira, ascender profissionalmente, tornar-se independente ou arranjar um bom casamento, muitas mulheres aceitaram participar e a adotar as atitudes mais radicais e, assim, colaboraram para um dos maiores genocídios da história.

Mas questões ficam no ar: Por que elas matavam? Como atuavam? O que aconteceu a elas?

Terminada a Segunda Guerra, a grande maioria dessas mulheres que tiveram sua parcela de culpa e foram responsáveis por morte de judeus adultos e crianças, escaparam dos tribunais de julgamento. Analisando documentos históricos que sobreviveram à destruição dos nazistas, Wendy Lower vê que os critérios para julgar essas mulheres eram baseados em demonstração de humanidade, sentimentalismo e lado maternal. Assassinas escaparam do julgamento porque choravam no tribunal e eram consideradas humanas demais para serem culpadas de um genocídio. E, valendo-se desses critérios machistas para o próprio bem, muitas mulheres não falharam em fazer o necessário para escapar de uma punição justa. 

Esse é um livro de teor informativo ao mesmo tempo em que esclarece uma faceta obscurecida da história mundial. Um livro para refletir o quão ruim pode ser subjugar um sexo quando este é igualmente capaz de destruir e matar pessoas em um ritmo desenfreado, como o ocorrido no Terceiro Reich.

Autora: Wendy Lower
Editora: Rocco
IBSN: 9788532528995
Páginas: 288
Edição: 
Ano: 2014 

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

TAG: Nacionais na Minha Estante

No post de hoje vou responder a tag Nacionais na Minha Estante indicada pelo blog Alma Crítica há alguns (muitos, muitos) meses atrás.



Primeiramente, gostaria de agradecer a indicação da tag, pois a proposta dela é uma ótima oportunidade para os blogs participantes mostrarem os bons títulos da literatura nacional. Isso porque a gente acaba saindo do Ensino Médio com a impressão errada de que livros bons são apenas os que fazem parte da literatura clássica e consagrada. Ledo engano.

Sem mais delongas, vamos às regras:

- Usar o selo da tag no seu post;
- Linkar quem te indicou;
- Responder às perguntas através de imagens, tentando não repetir as respostas;
- Indicar no mínimo 3 novos blogs para respondê-la e avisá-los.

E agora as perguntas:

1- Indique três livros de autores nacionais que você tenha lido, gostado e que estejam na sua estante.

"Anjos e Safados no Holocausto" fala da participação de diplomatas da América Latina na Europa durante o Nazismo.
"Diário de Fernando" é um relato de um frei preso e torturado durante a Ditadura Militar.
"Nihonjin" fala sobre a imigração japonesa. Esse livro ganhou o Prêmio Benvirá de Literatura.

2 - Um ou três livros nacionais que estejam na sua estante, mas que você ainda não leu.                       

O livro "Motoristas" traz a histórias de caminhoneiros.
"Morte e Vida Severina", um clássico da literatura que pretendo ler em 2015.
"Antologia poética de Drummond" adoro os poemas dele, mas ainda não consegui ler o livro inteiro.

3- Um ou três livros nacionais que você não tenha na sua estante e que gostaria de ter.

A droga da obediência do Pedro Bandeira
1968 - O ano que não terminou, do Zuenir Ventura
Os Sertões (versão integral) do Euclides da Cunha

E os blogs indicados para responderem à tag são:

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

O filho de Ester


Estreando em seu primeiro romance histórico, a escritora norte-americana Jean Sasson, mais conhecida pela trilogia Princesas, remonta a tensão vivida pelos judeus e palestinos na atualidade baseando-se no passado histórico recente destes dois povos, afim de melhor situar essa complexa questão. 

Publicado pela editora Best Seller e contando com a tradução de Patrícia Azeredo, o livro de 490 páginas retrata três gerações de judeus desde o pré-Holocausto. Essa é a quinta obra da autora, que estreou em 2001 - com o título de Ester's Child - , mas que chegou ao Brasil traduzido para o português apenas em 2012. 


Focando no período que vai do final da década de 1940 até o início dos anos 1980, Sasson tem, no início da sua obra, o Holocausto como seu fio condutor. Três famílias (a primeira de judeus, a segunda de palestinos e a terceira de alemães cujo patriarca pertencia à guarda nazista SS) compõem os personagens que desencadeiam os acontecimentos relatados no livro.

Enquanto a família judia Gale, encontra na Terra Prometida um conforto para os massacres sofridos durante a 2ª Guerra Mundial, a família Antoun é obrigada a abandonar seu lar palestino rumo a um campo de refugiados e, nesse lugar inóspito, criar seu único filho. Nesse contexto de guerra vivido por esses dois povos representados por Sasson através dessas duas famílias, vemos um outro lado emergir com a figura do general de uma das guardas mais cruéis de Hitler, que vive abalado psicologicamente pelos crimes que cometeu durante o Nazismo. 

O modo como essas três famílias se unem é narrado na obra, que é dividida em cinco partes e não segue ordem cronológica, de modo que o enredo é apresentado como um quebra cabeças através das narrações que se complementam. Dessa maneira, consegue-se prender a atenção do leitor sem denunciar um desfecho interessante e surpreendente ao mesmo tempo em que leva à reflexão de um conflito histórico que se arrasta até os dois de hoje. 

Uma leitura incrível. Particularmente, admiro o trabalho de Sasson e acredito que essa obra prova que a autora está pronta para investir em mais livros nesse estilo.

Autora: Jean P. Sasson
Editora: Best Seller

IBSN: 9788576844143
Páginas: 490
Edição: 
Ano: 2012